Isso porque a IMX foi contratada pelo governo do Rio de Janeiro no início do ano passado para realizar um estudo de viabilidade sobre a privatização do Maracanã. O documento foi usado pelo próprio governo estadual como base para o edital de licitação do estádio, lançado em fevereiro deste ano.
Da data da conclusão do estudo até a publicação do edital, o trabalho da IMX foi mantido em sigilo pelo governo do Rio. Mesmo após o início formal da concorrência pelo controle do Maracanã, a análise feita pela empresa de Eike só pôde ser consultada presencialmente, em uma sala reservada na própria sede do governo estadual.
Sem que empresas tenham amplo conhecimento do estudo da IMX, os promotores e procuradores federais acreditam que elas entram na concorrência pelo estádio prejudicadas. Isso tudo tende a beneficiar a IMX.
“A omissão dessas informações gera evidente risco de desequilíbrio entre os concorrentes, dado que somente uma empresa, a IMX, dispõe de todas as informações que fundamentaram a fixação do valor do investimento”, afirmaram o MPF e o MP-RJ, em ação civil pública aberta da terça. “A empresa em questão já manifestou publicamente interesse em assumir a gestão do Maracanã.”
Negociação antecipada
A IMX também foi procurada. Afirmou que o encontro era “natural”. “A IMX foi a única empresa a apresentar um estudo de viabilidade para o complexo do Maracanã, fato que já é público. Nessa condição, é natural que representantes da empresa consultem envolvidos no projeto”, informou a companhia.
Investigações em curso
A relação entre a IMX e o governo do Rio de Janeiro na privatização do Maracanã é um dos temas do inquérito civil público que deu origem a ação para suspender a privatização do Maracanã. De acordo com promotores e procuradores, a investigação sobre o assunto não foi encerrada, apesar de já ter gerado um processo judicial com, inclusive, pedido de decisão liminar.
Caso outros fatos que suscitem um favorecimento à empresa de Eike na concessão do Maracanã surjam, isso também pode ser tema de outro processo.
Procurado pelo UOL Esporte, o governo do Rio de Janeiro informou na terça que ainda não foi notificado sobre a ação do MPF e MP-RJ para o adiamento da privatização do Maracanã. Por isso, não falaria sobre o assunto. A IMX também foi procurada. Até a publicação desta reportagem, não respondeu.
Informações do portal Uol Esportes!